O jornalista, locutor e apresentador Cid Moreira faleceu nesta quinta-feira, 3 de outubro, aos 97 anos, completados no último domingo (29). Reconhecido como uma das vozes mais emblemáticas da televisão brasileira, ele estava internado em um hospital em Petrópolis, no Rio de Janeiro, para tratar de uma pneumonia.
Cid Moreira deixou um legado impressionante em sua longa trajetória profissional, especialmente à frente do Jornal Nacional, o principal telejornal da TV Globo, onde esteve por 26 anos. O apresentador comandou o noticiário em aproximadamente 8 mil edições, desde a estreia do programa em setembro de 1969. O Jornal Nacional foi o primeiro telejornal transmitido em rede nacional no Brasil, e a presença de Cid na bancada marcou o início de uma era no jornalismo televisivo brasileiro.
Nascido em Taubaté, interior de São Paulo, Cid Moreira começou sua carreira como locutor em sua cidade natal. Em 1949, ele se mudou para São Paulo, onde trabalhou na Rádio Bandeirantes. Dois anos depois, Cid foi para o Rio de Janeiro, contratado pela Rádio Mayrink Veiga. Na década de 1960, ingressou na televisão, apresentando comerciais ao vivo e noticiários, como o Jornal da Vanguarda, que foi transmitido em quatro emissoras diferentes.
O retorno de Cid à TV Globo aconteceu em 1969, inicialmente no Jornal da Globo. Poucos meses depois, ele integrou a equipe inaugural do Jornal Nacional, onde o seu icônico "boa noite" tornou-se uma marca registrada. Mesmo após deixar a bancada em 1996, continuou contribuindo com a emissora, fazendo locuções especiais e participações no Fantástico.
Além de sua carreira nas telinhas, sua biografia foi imortalizada no livro “Boa Noite – Cid Moreira, a Grande Voz da Comunicação do Brasil”, escrito por sua esposa, Fátima Sampaio Moreira, com depoimentos de jornalistas, amigos e familiares.
Muito ativo até seus últimos dias, Cid Moreira utilizava as redes sociais para manter contato com seus admiradores. Em sua última publicação, feita um dia antes de sua morte, prometeu ao humorista Tom Cavalcanti gravar a abertura de um show. "Uma honra!", escreveu Cid na legenda, demonstrando o espírito generoso que sempre o acompanhou.
O Brasil se despede de uma verdadeira lenda do jornalismo, cuja voz ecoará por gerações.