O futebol brasileiro perdeu uma de suas maiores lendas com a notícia da morte de Mário Jorge Lobo Zagallo, aos 92 anos, no Rio de Janeiro. A família confirmou a triste notícia nas redes sociais, marcando o fim de uma era no esporte nacional.

Zagallo, conhecido como o "Velho Lobo", era um ícone do futebol brasileiro, sendo o único tetracampeão da Copa do Mundo e um dos pilares da seleção mítica de 1970. Sua partida representa o adeus a uma era repleta de glórias e realizações notáveis.

O legado de Zagallo vai além dos campos de futebol; ele deixa para trás uma família composta por seis filhos: Maria Emilia de Castro Zagallo, Paulo Jorge de Castro Zagallo, Mário César Zagallo, Maria Cristina de Castro Zagallo. Sua esposa, Alcina de Castro, com quem foi casado por 57 anos, faleceu em 2012.

Com uma carreira que se estende por 16 anos como jogador, Zagallo começou no America em 1948, antes de se transferir para o Flamengo em 1950, onde se destacou como ponta esquerdo habilidoso e moderno para sua época. Sua trajetória como jogador foi marcada pelo tricampeonato carioca pelo Flamengo entre 1953 e 1955 e sua participação na final da Copa de 1950. Mas antes, o Velho Lobo ainda tinha uma carreira como jogador a seguir. Ele transferiu-se para o Botafogo em 1958, onde viveu o momento mais importante da carreira, quando atuou ao lado de Nilton Santos, Garrincha e Didi. Foi bicampeão carioca em 1961 e 1962, do Rio-São Paulo de 1962 e 1964, e retornou à Seleção ao lado desses mesmos companheiros para levar o bicampeonato da Copa, em 1962.

A transição para a carreira de treinador começou em 1964, após sua aposentadoria como jogador. Zagallo comandou o Botafogo, conquistando a Taça Brasil em 1968 e o bicampeonato carioca. Seu ápice como técnico veio na Copa do Mundo de 1970, onde guiou a seleção brasileira à vitória e eternizou seu nome na história ao se tornar o primeiro a vencer a Copa como jogador e treinador.

Além de seus feitos com o Botafogo, Zagallo teve passagens por grandes clubes do Rio de Janeiro, como Flamengo, Vasco e Fluminense. Ele também dirigiu America e Bangu, destacando-se, especialmente, pela conquista do tricampeonato carioca com o Flamengo em 2001.

O lado folclórico de Zagallo também é parte essencial de sua história, representado pelo número 13, sua alegria e superstição. O "Velho Lobo" deixou sua marca como coordenador técnico auxiliando Carlos Alberto Parreira na conquista do tetracampeonato em 1994  e, posteriormente, na Copa do Mundo de 2006.

Extremamente vitorioso, Zagallo também tinha seu lado folclórico. O número 13, era sua alegria e superstição. O Velho Lobo revelou que isso originou-se com sua esposa, que era devota de Santo Antônio, comemorado em 13 de junho.

Seu casamento foi em 13 de janeiro de 1955. Sempre que podia, Zagallo utilizava o número para dar alguma notícia positiva ou sugerir bom presságio.

Outro grande momento de Zagallo, que ajudou a alimentar sua figura folclórica aconteceu após o título da Copa América da seleção brasileira em 1997.

Então treinador da equipe e muito criticado, o Velho Lobo desabafou: “Vocês vão ter que me engolir“, gritou o técnico da seleção brasileira, após a vitória por 3 a 1 sobre a Bolívia, na decisão realizada em La Paz.

Mário Zagallo será lembrado não apenas pelos títulos conquistados, mas também por sua paixão, dedicação e contribuição incomparável para o futebol brasileiro. Sua partida deixa uma lacuna no coração dos amantes do esporte, mas seu legado perdurará eternamente.