O governo federal, por meio da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), realizou na manhã desta quinta-feira (6) o leilão para a compra de até 300 mil toneladas de arroz importado. De acordo com a Conab, foram comercializadas 263,3 mil toneladas do produto, o que representa 88% do volume estimado inicialmente. O valor movimentado no leilão foi de R$ 1,3 bilhão.
Os lotes arrematados tiveram preço mínimo de R$ 4,98 e máximo de R$ 5 por quilo. Agora, o produto será distribuído para 21 estados do país. Recife, capital de Pernambuco, vai receber o maior volume, de 30 mil toneladas.
Os municípios de Irecê (BA), Maracanaú (CE), Cachoeiro de Itapemirim (ES), Colatina (ES), São Luís de Montes Belos (GO), Imperatriz (MA), São Luís (MA), Campos Altos (MG), Perdões (MG), Varginha (MG), Ananindeua (PA), Campina Grande (PB), João Pessoa (PB), Rolândia (PR) e Bernardino de Campos (SP) também vão receber os lotes do leilão.
Dos 27 locais de entrega, não houve interesse dos compradores na comercialização do produto para entrega em Manaus, Brasília, Campo Grande (MS), Rondonópolis (MT), Picos (PI), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Herval d’Oeste (SC), São José (SC) e Formoso do Araguaia (TO).
Na quarta-feira (5), o leilão para a compra de arroz foi suspenso por decisão liminar do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre, após ação movida pelo partido Novo. Em reação, a AGU (Advocacia-Geral da União) entrou com recurso, que foi aceito pelo presidente do tribunal, desembargador Fernando Quadros da Silva, nesta quinta.
Segundo Silva, os motivos que levaram à publicação do edital do leilão “são existentes e juridicamente adequados à situação excepcional vivenciada pelo estado do Rio Grande do Sul, responsável pela produção de cerca de 71% do arroz plantado no Brasil”.
Ele destacou, também, que “a tragédia climática pela qual está passando o estado gaúcho não tem precedentes na história nacional e ainda está sendo vivenciada, sendo que a grande maioria dos municípios foram afetados de alguma maneira, em maior ou menor proporção, conforme vem sendo amplamente divulgado na mídia”.
O leilão determina que o produto deve ser entregue até 8 de setembro. Além disso, ele precisa ser vendido exclusivamente para o consumidor final, com preço máximo de R$ 4 o quilo, sendo os pacotes de 5kg vendidos por R$20. A medida foi tomada após as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, responsável por cerca de 70% da produção nacional de arroz.
O documento define ainda aspectos como cor, odor e sabor do arroz, que deve ser beneficiado polido longo fino tipo1 e proíbe a aquisição de arroz aromático. O cereal deverá estar acondicionado em embalagem com capacidade de 5kg, transparente e incolor, que permita a perfeita visualização do produto, e com logomarca.
Fonte: R7.COM