Uma
força-tarefa acaba de ser criada com o objetivo de evitar aumentos abusivos de
preços diante do estado de escassez de alimentos e outros produtos na região
sul do Estado – em grande parte devastada devido às fortes chuvas ocorridas há
poucos dias. O acordo foi fechado na tarde desta quarta-feira (27) no gabinete
da Procuradora-Geral de Justiça do Ministério Público (MPES), Luciana
Andrade.
Além da Assembleia Legislativa (Ales) e MPES, a força-tarefa tem apoio do
Procon estadual e da Delegacia do Consumidor. A Federação do Comércio
(Fecomércio-ES) e a Federação das Indústrias (Findes) também estão participando
das ações.
DENÚNCIAS
A diretora do Procon estadual, Letícia Coelho, relatou que o órgão já está
investigando denúncias de aumentos abusivos de preços em produtos vendidos no
sul capixaba, principalmente, em setores que comercializam gêneros alimentícios,
bombas d’água e vestuário.
Uma das ações propostas por Letícia e acatada pela força-tarefa está
relacionada à realização urgente de um monitoramento de preços para descobrir a
amplitude dos abusos que possam estar acontecendo.
“Vamos perguntar para os consumidores das cidades atingidas onde elas estão
efetuando compras e se notaram subida muito alta de preços. Nesta tarefa
precisamos também do apoio do Procon do Rio de Janeiro, já que muitos capixabas
da região sul fazem compras no estado vizinho”, disse.
A diretora do Procon advertiu que apesar de não haver tabelamento de preços no
país, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) dispõe de dispositivos que coíbem
práticas abusivas de preços.
Ela explicou que para um produto subir demais de valor de forma brusca é
preciso que haja um motivo justo, e no caso de calamidade pública não se
justifica esse tipo de exploração.
CONSCIENTIZAÇÃO
A procuradora Luciana Andrade reforçou a posição do Procon estadual e falou que
neste primeiro momento é importante uma campanha de conscientização tanto dos
vendedores quanto dos consumidores de que o livre comércio tem limite,
sobretudo num momento de colapso em que as pessoas precisam de socorro.
“A nossa mensagem é de que o Estado está unido com apoio da iniciativa privada
para coibir abusos. Esperamos que essa orientação seja entendida, caso
contrário, vamos ter de agir de forma repressiva”, advertiu.
O presidente da Ales, deputado Marcelo Santos (Podemos), autor da iniciativa
para a criação da força-tarefa, esclareceu que a intenção não é constranger o
livre comércio, mas precaver contra abusos de preços que geralmente acontecem
quando pessoas ficam em situações vulneráveis provocadas por calamidades
públicas.
“O que queremos é garantir que não tenhamos abusos na comercialização de
produtos neste momento tão importante para as cidades atingidas pelas fortes
chuvas”, afirmou.
Marcelo acrescentou que os moradores das cidades que foram inundadas precisam
do estado para protegê-los no difícil processo de reconstrução de vida,
enfrentado por famílias que perderam tudo na tragédia climática, alguns,
inclusive, sofrendo com a morte de entes queridos.
CONFIRA A NOTA DA FORÇA-TAREFA:
“FORÇA-TAREFA” É COMPOSTA POR INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS PARA MONITORAR
PREÇO FINAL AO CONSUMIDOR DE PRODUTOS NECESSÁRIOS PARA O ENFRENTAMENTO DAS
CONSEQUÊNCIAS DA CATÁSTROFE OCORRIDA NO SUL DO ESTADO
As Instituições Públicas e Privadas abaixo elencadas constituíram uma
“força-tarefa” para monitorar o preço final dos produtos necessários para o
enfrentamento das consequências deixadas pelas fortes chuvas que incidiram no
sul do nosso Estado na última semana.
O objetivo dessa integração público-privada é evitar o indevido aproveitamento
de uma situação calamitosa para obter lucros desproporcionais. A livre
iniciativa é um princípio que devemos sempre fomentar, mas não pode ser
utilizado como justificativa ou escudo protetivo para um aumento abusivo ou
injustificado de preço num momento em que boa parte da população capixaba tanto
precisa de ajuda.
O monitoramento ocorrerá não apenas nos municípios atingidos, mas em todo o
Estado do Espírito Santo e também contará com apoio interfederativo,
notadamente nos municípios dos Estados vizinhos mais próximos da região
atingida.
A população poderá fazer contato pelos seguintes canais de denúncia:
procon.assembleia@al.es.gov.br ou decon@pc.es.gov.br
TELEFONES:
127 – Ouvidoria do MPES
151 – Procon Estadual
181 – Disque-Denúncia da Polícia Civil
Deputado
Marcelo Santos
Presidente da Assembleia Legislativa (ES)
Luciana
Gomes Ferreira de Andrade
Procuradora-Geral de Justiça (ES)
Vanessa
Morelo Amaral
Centro de Apoio Operacional da Defesa dos Direitos do Consumidor do MPES
(CADC)
Deputado
Vandinho Leite
Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor (ALES)
Delegado
Eduardo Passamani
Delegacia do Consumidor (ALES)
Letícia
Coelho Nogueira
Diretora-geral do PROCON/ES
Idalberto
Moro
FECOMÉRCIO
Cristhine
Samorini
FINDES