No prazo de
90 dias pacientes capixabas com a receita na mão já deverão ter acesso, pelo
Sistema Único de Saúde (SUS), a remédios à base de canabidiol – derivado da
maconha – usados com evidências de eficácia no tratamento de várias doenças e
distúrbios.
O prazo de três meses está previsto para a entrada em vigor da Lei Estadual
11.968/2023, que institui no estado a política de fornecimento pelo SUS de
medicamentos formulados a partir de substrato da planta Cannabis sativa.
O ato de promulgação do dispositivo foi publicado na edição desta
sexta-feira (17) do Diário do Poder Legislativo (DPL). O Projeto de Lei (PL)
77/2023, elaborado por Bispo Alves (Republicanos), foi aprovado em 23 de
outubro pela Assembleia. Como não houve manifestação do governador no prazo de
15 dias sobre a sanção ou veto, é considerada a sanção tácita.
Conforme o texto publicado, o canabidiol, em associação com outras substâncias
encontradas na planta, incluindo o THC (Tetrahidrocanabidiol), será distribuído
em caráter de excepcionalidade pela rede pública e pelas instituições privadas
de saúde conveniadas ao SUS.
A norma estabelece ainda que o fornecimento de derivado vegetal à base de
canabidiol dependerá de prescrição médica e o produto deverá ser
industrializado e tecnicamente elaborado de acordo com as normas aprovadas pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
CONSELHO DE MEDICINA
Conforme informações do portal do Conselho Federal de Medicina (CFM), o
canabidiol (CBD) é um dos 80 canabinóides presentes na planta Cannabis sativa e
não produz os efeitos psicoativos típicos da maconha.
Nos últimos 40 anos vêm sendo acumuladas evidências experimentais que apontam o
CBD como uma substância com amplo espectro de ações farmacológicas.
Muitas delas com interesse terapêutico em diversos quadros clínicos, entre eles
a epilepsia, a esquizofrenia, a doença de Parkinson, a doença de Alzheimer,
isquemias, diabetes, náuseas, câncer, como analgésico e imunossupressor, em
distúrbios de ansiedade, do sono e do movimento.
“O remédio é eficaz para o tratamento de mais de 25 doenças crônicas”,
ressaltou Bispo Alves quando da aprovação do projeto pelo Plenário da
Assembleia.