Itapina é um distrito localizado a 25 km de Colatina, no Espírito Santo, que foi fundada em meados do século XIX por imigrantes europeus. Atualmente, possui cerca de 3 mil habitantes, sendo que desses, apenas 30% residem no perímetro urbano. Teve seu auge em meados de 1910, quando foi um dos polos comerciais de café mais ricos do Espírito Santo e durante a década de 1970, entrou em decadência devido a um conjunto de fatores como o declínio da produção de café, a ponte inacabada (que seria construída para promover o desenvolvimento local) e o êxodo rural que fizeram com que grande parte de seus moradores se mudassem para cidades maiores, como Vitória e Colatina, em busca de melhores perspectivas de vida. Gradativamente os bares, clubes, meios de entretenimento, fábricas e até a escola particular foram fechados por inviabilidade econômica.Atualmente, é considerada patrimônio de interesse público porque possui reconhecido valor cultural - aquele atribuído ao patrimônio cultural das cidades, abrangendo elementos formadores da identidade de determinado lugar, articulando o patrimônio arquitetônico, o traçado urbano, a paisagem, seus valores históricos, sociais, culturais, técnicos, formais, afetivos e as inter-relações entre eles. Esse reconhecimento ocorreu, oficialmente, por meio da Resolução do Conselho Estadual de Cultura nº 003/2013, que aprovou o Tombamento do Conjunto Histórico e Paisagístico de Itapina.
No período de 1910 a 1960, Itapina vivia o seu apogeu econômico e cultural. A vila ganhou destaque por possuir variedades de entretenimentos que cidades maiores não tinham. O teatro foi marcado pela passagem da artista reconhecida nacionalmente Virgínia Tamanini. Ela escreveu parte do livro Karina na região, o mesmo foi editado inúmeras vezes, inclusive com uma edição na Itália.
Desde a década de 1970, quando despontou o declínio do vilarejo, e as pessoas começaram a se mudar, os bares, clubes, meios de entretenimento, fábricas e até a escola particular foram fechados por inviabilidade econômica.
Atualmente, a comunidade tem pouca opção para o lazer. As opções que existem são: jogos no campo de futebol e na quadra esportiva, festinhas na escola uma ou duas vezes ao ano e poucos barzinhos, sem infra-estrutura.
O distrito ainda conta com duas Escolas situadas no mesmo prédio. Uma de ensino fundamental e outra de ensino médio, mantida pela Prefeitura Municipal de Colatina: a EMEF "Maria Ortiz" e o EEEM "Antônio Eugênio Rosa", que recebem alunos de várias regiões próximas à Itapina.Uma vez por ano acontece um festival de música já conhecido em todo estado promovido pela Secretaria de Cultura e Prefeitura Municipal de Colatina o “FENAVIOLA”, festival nacional de viola, o evento incrementa o turismo, a economia local, desperta a região para o turismo rural e ecológico, e cria oportunidades de negócios nas áreas cultural e artesanal, divulgando o sitio histórico para outras regiões. O objetivo geral do festival é resgatar a cultura da "viola caipira"(instrumento de dez cordas) e oferecer oportunidade aos músicos e bandas que hoje fazem seu trabalho pelos circuitos alternativos.
No aspecto religioso, de acordo com o relato dos moradores, houve um aumento, em se tratando de número de igrejas, pois além da Igreja Católica e Batista, hoje há também as Igrejas Assembléia de Deus, Deus é Amor e Maranata.
SOBRE VIRGÍNIA TAMANINI
Nascida em 04 de fevereiro de 1897, Virginia Tamanini foi uma mulher à frente do seu tempo. Sozinha, sem mestre e sem escolas, ela aprendeu a ler e a escrever. Antes dos vinte anos, publicou, sob pseudônimo de Walkirya, seu primeiro trabalho, romance folhetim "Amor sem Mácula", cujos capítulos, cada domingo, eram aguardados com ansiedade pelos leitores da época do jornal "O comércio" de Santa Leopoldina.
Virginia Tamanini produziu diversas peças teatrais levadas à cena com sucesso. Foi membro da Arcádia Espírito-santense, tomando parte ativa na organização da Primeira Quinzena de Arte Capixaba, realizada em Vitória, em 1947. Nesse mesmo ano, adaptou, encenou e dirigiu, no Teatro Carlos Gomes, a peça francesa "Cristina da Suécia". Em 1948, montou e dirigiu outra peça francesa, "Atala, a última druidesa das Gálias".
Virgínia fez
parte da Academia Feminina Espríto-Santense de Letras, da Associação Espírito-Santense
de Imprensa, e foi sócia correspondente da Academia Literária Feminina do Rio
Grande do Sul. Recebeu o título de cidadã honorária de várias cidades capixabas
e foi agraciada com a Ordem do Mérito Marechal José Pessoa, do Instituto
Histórico e Geográfico do Distrito Federal no grau de comendador.
PATRIMÔNIO
CULTURAL DE ITAPINA
A preservação do patrimônio cultural de Itapina, em Colatina, conta com a
participação de estudantes do curso de História e geografia de uma faculdade do
município, que realizam levantamentos e pesquisa geral de dados sobre o
inventário do sítio histórico, onde será a sede do museu dedicado à escritora
capixaba Virgínia Tamanini.
A iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em parceria com a Faculdade Castelo Branco, se chama "Inventário Participativo de Itapina" e os participantes se reúnem a cada 15 dias para realizar a pesquisa sobre a história do lugar.Segundo a museóloga Paula Nunes, o Inventário Participativo de Itapina foi proposto para a formação de acervo do Museu Virgínia Tamanini, através da identificação de acervo e produção de material audiovisual sobre a história local. "Ter a Faculdade Castelo Branco como parceira neste processo nos permite a inserção de futuros profissionais no sítio histórico e o torna objeto de estudo nas mais diversas áreas, desenvolvendo seu potencial turístico", afirma.