O desembargador Eduardo Guilliod determinou a revogação da prisão preventiva e das medidas cautelares impostas ao cantor Gusttavo Lima, que incluíam a suspensão de seu passaporte e do certificado de registro de arma de fogo. De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da *Folha de S. Paulo*, a decisão anulou todas as restrições ao artista.
Segundo o magistrado, os indícios de que Gusttavo Lima teria protegido empresários acusados de crimes eram inconsistentes. "Concedo a liminar pretendida e, por consequência, determino a revogação da prisão preventiva decretada em face do paciente em epígrafe", decidiu o desembargador. Ele também ordenou a suspensão das medidas cautelares, como o bloqueio do passaporte e do registro de arma de fogo.
A decisão aponta que não há evidências suficientes de que o cantor teria ajudado os empresários José Andrade da Rocha Neto e Silas Sabrina Henriques Trufa Rocha a fugirem do país. O desembargador destacou que o embarque dos empresários ocorreu em 1° de setembro de 2024, enquanto suas prisões preventivas foram decretadas em 3 de novembro de 2024, o que torna impossível a alegação de fuga ou favorecimento por parte do cantor.
Outro ponto questionado pela acusação foi a participação de Gusttavo Lima em 25% da empresa Vai de Beth, da qual José Andrade da Rocha Neto era proprietário. Segundo a juíza que decretou a prisão do artista, o fato de ele possuir essa participação poderia reforçar a existência de "interações financeiras discutíveis". No entanto, o desembargador Guilliod discordou dessa interpretação, afirmando que a mera participação societária não constitui prova de envolvimento em atividades ilícitas.
Ao analisar o caso, Guilliod concluiu que as justificativas para a prisão preventiva e as medidas cautelares eram "considerações genéricas" e "impróprias". Com isso, todas as restrições foram anuladas, permitindo que Gusttavo Lima retome suas atividades sem as limitações impostas pela Justiça.
Cantor quase foi parar na lista da Interpol
Antes da revogação da prisão, a Polícia Federal (PF) havia solicitado à Interpol a inclusão de Gusttavo Lima na lista de difusão vermelha, o que poderia resultar em sua prisão em qualquer país membro da organização. O pedido foi feito após o cantor ser inserido no Sistema de Tráfego Internacional, que permite sua detenção ao passar por pontos de migração no Brasil. As investigações da PF estão relacionadas à Operação Integration, que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro vinculado a jogos de apostas.
A difusão vermelha da Interpol é um recurso utilizado para divulgar ordens de prisão de indivíduos fora do país de origem, permitindo que os países membros executem o mandado quando esses alvos viajam internacionalmente.
Gusttavo Lima se pronuncia
A assessoria do cantor Gusttavo Lima negou qualquer envolvimento do artista com o esquema investigado, que já resultou na prisão de Deolane Bezerra. A defesa afirmou que está adotando as medidas cabíveis e criticou a decisão judicial. "Ressaltamos que é uma decisão totalmente contrária aos fatos já esclarecidos pela defesa do cantor e que não serão medidos esforços para combater juridicamente uma decisão injusta e sem fundamentos legais", diz a nota.
A assessoria também informou que o processo corre em segredo de justiça e que novas atualizações não devem ser divulgadas.
Gusttavo Lima viaja para os EUA antes da prisão decretada
O cantor deixou o Brasil na madrugada de segunda-feira (23), poucas horas antes de sua prisão preventiva ser decretada. De acordo com informações de Fabiola Reipert, Gusttavo Lima embarcou para os Estados Unidos após se apresentar no Rock in Rio e em Jaguariúna, no interior de São Paulo.
Andressa Suita se manifesta
Andressa Suita, ex-esposa de Gusttavo Lima, utilizou suas redes sociais para se manifestar após a prisão preventiva do cantor ser decretada. Nos stories do Instagram, ela compartilhou um versículo bíblico que fala sobre fé e proteção divina. "Levanto os meus olhos para os montes e pergunto: De onde me vem o socorro? O meu socorro vem do Senhor..." (Salmos 121:1-8).