O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou na segunda-feira (09) que “já passou da hora❞ de o Brasil discutir o tema da semana de quatro dias de trabalho. Para ele, o método pode ser adotado pelo País inteiro sem reduzir salários e sem prejudicar a economia.
Na opinião do ministro, nem ele nem o presidente Lula (PT) iriam impedir o debate sobre o assunto, caso a sociedade reivindique que o Congresso analise a possibilidade de redução da jornada. "A economia suportaria", disse o ministro na Comissão de Direitos Humanos no Senado.
Desde o começo de setembro, um grupo de 20 empresas brasileiras, que aderiram ao programa da semana de quatro dias no Brasil, já iniciaram a implementação do programa-piloto.
Na primeira reunião de planejamento, as inscritas puderam conhecer melhor a iniciativa, que começou em 2019 na Nova Zelândia e já se espalhou por vários países da Europa, África e Américas sob a gestão do movimento 4-Day Week Global, uma comunidade sem fins lucrativos que conta com apoio da Reconnect Hapiness at Work para realização do experimento no Brasil.
Atualmente quase 500 companhias pelo mundo já estão testando a modalidade de jornada em que o profissional continua recebendo 100% do salário, mas trabalha 80% do tempo e, em troca, se compromete a manter 100% de produtividade. É por isso que o modelo ficou conhecido como 100-80-100.
O primeiro encontro foi on-line e as empresas puderam conhecer melhor tanto o projeto como o cronograma ideal para que sejam dados os próximos passos.
Segundo a fundadora da Reconnect, Renata Rivetti, as empresas também puderam falar um pouco sobre suas realidades e sua cultura e foi apresentado um calendário sugerido. Sempre frisando pilares importantes como inovação e comunicação.
"Neste kick off aproveitamos para alinhar todos os detalhes entre os envolvidos, tanto gestores do projeto como membros da equipe, incluindo também assessoria jurídica", disse.
Nos três meses iniciais de planejamento, as empresas continuam na semana de cinco dias até definirem a melhor estratégia.
MARINHO VÊ INJUSTIÇA COM SINDICATOS
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse na segunda-feira (09) que os debates em torno do retorno do imposto sindical buscam compensar injustiças entre entidades representativas e trabalhadores.
Segundo Marinho, os empregados, associados ou não, se beneficiam das conquistas dos sindicatos e, portanto, precisariam contribuir com a classe.
"No Brasil, um acordo fechado vale para trabalhadores associados e não- associados. Não é justo que os não-associados participem do resultado e não deem nenhuma contribuição”, afirmou.
Ele afirmou que é preciso entender a questão como um “acordo coletivo", e não individual.
Fonte:TRIBUNA ONLINE