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LAUDO REVELA USO ABUSIVO DE PRODUTO CANCERÍGENO NA ÁGUA DO RIO DOCE APÓS DESASTRE DE MARIANA

Publicada em 28/06/23 às 19:05h - 3431 visualizações

Redação Nossa Colatina


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LAUDO REVELA USO ABUSIVO DE PRODUTO CANCERÍGENO NA ÁGUA DO RIO DOCE APÓS DESASTRE DE MARIANA

Um laudo solicitado pelo Ministério Público Federal (MPF) revelou que a Samarco, empresa responsável pelo desastre de Mariana, utilizou de forma abusiva um produto contendo formol para tratamento da água, excedendo os limites permitidos. O estudo, realizado pela renomada Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), pelo Instituto Federal do Estado do Espírito Santo e pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (Facto), constatou níveis acima do permitido de Tanfloc SG no Rio Doce, na região de Colatina, Espírito Santo. Essa substância é considerada tóxica e cancerígena quando ingerida em quantidades excessivas. As informações foram divulgadas pelo site Metrópoles.

Segundo o laudo, a Samarco forneceu esse produto para o tratamento da água entre 2015 e 2017, não apenas em Colatina, mas também em Galiléia, Alpercata, Governador Valadares, Belo Oriente, Pedra Corrida, Itueta e Aimorés, outras cidades abastecidas pelo Rio Doce. O Tanfloc, produto em questão, contém resíduos de formaldeído, conhecido como formol, e seu uso deve respeitar um limite de até 10 mg/L no tratamento de água. Entretanto, nos testes realizados nas estações de tratamento de Colatina, foi constatado que o tratamento da água excedeu essa limitação.

De acordo com o estudo, somente em Colatina, aproximadamente 7,39 milhões de metros cúbicos de água foram tratados com Tanfloc em uma dosagem acima do considerado seguro. Esse resultado levanta preocupações sobre os riscos à saúde da população, já que a ingestão de água contaminada com traços de formaldeído pode causar efeitos cancerígenos a longo prazo. Os pesquisadores chamam esse efeito de "toxicidade crônica", capaz de desencadear o desenvolvimento de tumores no corpo.

A Samarco, por sua vez, alega que o Tanfloc não representa perigo e que foi utilizado de forma excepcional. A empresa também afirma que a responsabilidade pela dosagem aplicada recai sobre os Serviços Autônomos de Água e Esgotos municipais. No entanto, especialistas alertam para os riscos associados ao formol presente no produto, reforçando que a substância é classificada como carcinogênica, tumorogênica e teratogênica.

A Fundação Renova, composta pela Samarco, BHP e Vale com o objetivo de reparar os danos causados ao Rio Doce, tem afirmado que a água do rio está própria para consumo humano desde 2016. No entanto, estudos posteriores, incluindo o laudo da Fiocruz, contradizem essa afirmação. O laudo da Fiocruz destaca que o Tanfloc SG, utilizado no tratamento da água, contém resíduos de formaldeído, uma substância tóxica que pode causar danos à saúde, dependendo do nível de exposição.

Entre os efeitos negativos relacionados ao formaldeído estão a perda de peso e o desenvolvimento de neoplasias. Os pesquisadores ressaltam a existência de uma alternativa ao Tanfloc SG, o sulfato de alumínio, que não poluiria a água com formol. No entanto, o uso do sulfato de alumínio exigiria uma quantidade maior para limpar o mesmo volume de água, o que provavelmente levou a Samarco a optar pelo Tanfloc SG.

Diante dos impactos causados pelo tratamento inadequado da água, moradores dos municípios do Espírito Santo afetados estão lutando por indenização. A Associação de Produtores Rurais e Artesãos do Espírito Santo, a Associação dos Moradores do Bairro Colatina Velha e a Associação de Moradores de Vila Lenira, em Colatina, moveram uma ação nesse sentido. Segundo as associações, o tratamento inadequado da água pela Samarco afetou todos que dependiam do abastecimento do rio. O valor pleiteado na ação é de R$ 120 bilhões e abrange aproximadamente 585 mil pessoas.Essa questão também chamou a atenção do Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, que expressou sua opinião em 2022, solicitando que as associações sejam ouvidas nas discussões sobre o novo acordo de Mariana. A mediação dessas negociações está sendo conduzida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), buscando garantir uma solução justa para as vítimas e reparação adequada pelos danos causados.

Essa descoberta reforça a necessidade de uma gestão mais rigorosa e responsável das atividades industriais, especialmente aquelas que impactam o meio ambiente e a saúde pública. O episódio envolvendo a Samarco destaca a importância de fiscalização efetiva e medidas preventivas para evitar danos irreparáveis. As autoridades competentes devem tomar medidas enérgicas para responsabilizar os responsáveis por esse descumprimento dos limites de tratamento da água, garantindo justiça para as comunidades afetadas e uma abordagem mais consciente e sustentável para a preservação dos recursos hídricos.

 




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